Galeria Helena Calil 2008
Curadoria: NÚCLEO
artistas convidados:
Akira Uemeda, Ana Maria Bonfim,
Célia Barros,
Cleverson Teixeira, Giancarlo Ragonese,
Lindsay Ribeiro,
Paulo Pacini,Reiko Shimizu e Thiagomild
-Admirada por compositores contemporâneos como John Cage,
Morton Feldman, Gyorgy Ligeti e Iannis Xenakis,
a obra musical de Giacinto Scelsi (1905-1988)
inclui as composições "4 fragmentos sobre uma nota só"
(1959),
"Trilogia - As três idades do Homem"
(1967) e
"Cantos de Capricórnio"(1962/1972),
entre tantas outras de difícil classificação por não
levarem revelarem antecedentes óbvios,
não pertencerem a escolas específicas e
não se vincularem a um sistema musical identificável.
Em vários aspectos, seu trabalho encontra paralelo com o
de Walter Smetak (1913-1984),
compositor suíço radicado no Brasil.
Tendo adotado uma rubrica Zen -
um círculo sublinhado por um traço -
com a qual eventualmente assinava seus trabalhos,
Scelsi nem mesmo se considerava um compositor,
dizendo-se antes um "simples carteiro,
com as solas gastas,
entregando daguerreótipos cheio de sonhos"
Tinha uma fixação pelo número 8 e resumiu as suas ideias
sobre a vida e arte em um texto intitulado Octólogo.
Composto por apenas pelos 8 itens que figuram
neste impresso (abaixo),
em tradução feita por Augusto de Campos,
foi o ponto de partida para elaboração das
propostas dos artistas do coletivo.
1. NAO SE TORNAR OPACO NEM SE DEIXAR OPACIZAR
2. NAO PENSAR DEIXAR QUE PENSEMOS QUE PRECISAM PENSAR
3. NAO A RENUNCIA MAS O DESPRENDIMENTO
4. ASPIRAR A TUDO E NAO QUERER NADA
5. ENTRE O HOMEM E A MULHER A UNIAO NAO O AJUNTAMENTO
6. FAZER ARTE SEM ARTE
7. SER O FILHO E O PAI DE SI MESMO NAO OLVIDA-LO
8. NAO DIMINUIR O SIGNIFICADO DO QUE NAO SE COMPREENDE